Em primeiro lugar (e mesmo muito atrasado), quero desejar a
todos vocês uma boa e Feliz Páscoa cheia de paz, alegria e amor...
Dizer que estou muito atarefado, no meu caso, não passa de
um sofisma (eu e as minha palavras difíceis... pode-se traduzir neste caso como
uma verdade incompleta, quase irreal, beirando a mentira...)... , pois a coisa
está muito acima desse nível...
Para terem uma pequena ideia hoje – dia da Santa Páscoa - estou
trabalhando desde as 5:30 da manhã...
Dei um pequeno intervalo para falar com o meu filho que se
mudou esta semana para a Suíça num novo emprego e no meio da conversa o meu
único cliente de computação gráfica apareceu me desejando uma feliz Páscoa para
mim e minha família e para saber se amanhã nós poderíamos falar de trabalho...
As coisas estão sérias assim...
É claro que tudo isso é inflado pelo meu demasiado
preciosismo e um pouco pelas circunstâncias pouco favoráveis dos últimos
meses...
Um dos terrenos que estávamos adquirindo acabou dando
problemas de documentação e pelo fato de ele ter a metragem que mais nos
interessava e uma localização privilegiada – e ser difícil de encontrar outros
- acabamos esperando demais que nos obrigou a fazer outra casinha às pressas
para não deixar o pessoal parado...
Vocês já me conhecem, eu gosto muito de ter tudo planejado
até ao ultimo pormenor e quando as coisas vão para o improviso, eu fico meio
desconcertado me culpando da minha falta de análise e de tomada de posição...
O problema é que este grupo de investidores não tinha capital
suficiente para investir em mais de um terreno de reserva e por outro lado
terrenos bem situados são muitíssimo escassos e caros...
Acabamos investindo num outro menos favorecido, e como a
região é majoritariamente de casas, projetei umas casinhas duplex, muito
bonitinhas para melhor integração...
Após ter tudo 100% pronto – projeto arquitetônico e
executivo – fui só por desencargo na prefeitura fazer uma pré-análise...
Conclusão – deu zebra...
O plano diretor tinha mudado e agora a região só previa
projeto multi-familiar...
Legal... Era só deitar todo aquele projeto fora e pegar no
outro de edifício que estava pronto, mas (outro “mas” importante, ou neste caso
desconcertante... rss...), por razões que só Froid explica resolvi fazer
pequenos ajustes finais...
Conclusão (já é a segunda) – tive que refazer tudo de novo e
ainda ando às voltas com o projeto executivo de onde saem as quantidades das
aquisições assim como as datas prováveis das aquisição...
Neste primeiro edifício está previsto o uso de painéis
fotovoltaicos conectados à rede elétrica, que irão fazer andar o relógio ao
contrário, de modo a que o condomínio tenha crédito de energia para uso
condominial...
Como a região não é agraciada pela companhia de água local –
CEDAE – vamos perfurar um poço artesiano para abastecer o condomínio.
Como vamos utilizar a energia por nós produzida de forma
“gratuita”, a água condominial não gerará qualquer taxa ou valor...
Os PVs (painéis fotovoltaicos) usados foram calculados para
produzir o suficiente para alimentar a bomba de água e as lâmpadas led que
encontrei na net a preço acessível e uma eficiência muito boa...
Então a luz do condomínio também vai será gratuita...
Como este tipo de empreendimento, não comporta porteiros a
taxa condominial será
zero
ou muito perto disso...
Esta é a nossa premissa...
Como ainda não temos números fidedignos, vamos deixar o
edifício preparado para poder receber futuramente os coletores termo-solares,
deixando ao critério de cada um a sua futura instalação.
Se a caixa tiver uma linha de crédito para este tipo de
equipamento também seria uma excelente alternativa...
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Paralelamente a tudo isto, eis que um projeto que estava
totalmente adormecido deu uma pequena despertada...
Eu explico...
Quando consideramos que o processo construtivo já estava
amadurecido o suficiente, comecei a procurar outras soluções mais rentáveis, já
que naquele condomínio os preços dos terrenos já estavam acima do plausível...
Para quem não é do ramo eu esclareço...
A cota de terreno deve oscilar entre 8 e 12% quando se trata
de casinhas populares, acima desses valores o parco lucro se esfuma, pois fica
no terreno...
Este é nosso caso, pois estamos com uma cota de terreno de
quase 25%...
Como a intenção era testar o método construtivo sem perder
dinheiro, funcionou muito bem, mas agora as coisas têm que começar a dar lucro
decente...
Não dá para se construir verde e ficar vermelho de raiva da
falta de lucro...
Voltando...
Na ocasião surgiu a hipótese de se negociar um condomínio
inteiro, que jazia abandonado após seu lançamento em conjunto com outra pessoa.
É claro que nessa altura viajei totalmente pela maionese...
Embora se tratando de um condomínio de casas, dava se
aplicar muitos dos princípios que desejo testar...
Mesmo parecendo por vezes totalmente ridículo, sempre falo
da nossa cidade verde e nesta caminhada na tentativa de torná-la um pouco
real...
Por razões que desconheço as pessoas não me consideram
totalmente maluco e muitas até se interessam bastante...
Foi o caso da pessoa que estava negociando conosco...
Acabou “comprando” quase todas as idéias e como tem
deficiências na parte de engenharia acabou propondo-me sociedade na construção
das suas casinhas...
Disse-lhe que estaria interessado sim, desde que os moldes
do condomínio fossem dentro daquilo que havíamos falado...
Por várias razões acabamos não conseguimos fechar o negócio
com o dono do empreendimento, mas esse outro empresário foi um pouco mais
adiante e fechou-o.
Ele estava em fase de venda das casas e de capitalização,
mas dependia de algumas obras de responsabilidade do dono do empreendimento
para efetivá-las...
Resumindo, o que estava previsto para fevereiro, passou
neste momento para julho...
Mas surgiu um outro investidor e rematou vários lotes o que
vai possibilitar a construção da portaria e dar uma nova cara ao
empreendimento....
Será o despertar do
sonho para a realidade?...
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Bem, agora só me resta esperar que todos tenham tido uma boa
páscoa, pois o tempo já se esvaiu...
Eu continuo firme na minha luta, por vezes me sentindo um
pouco cansado, mas nunca desanimado...
A intenção de me conhecer pessoalmente por parte da nossa
querida D. Penha, deu origem a uma onda de ciúmes generalizada, como era de se
esperar... rss...
É claro que não poderei me encontrar com cada um de vocês,
mas pensei em tempo oportuno combinarmos um encontro onde todos os que puderem
comparecer possam verificar estas experiências sustentáveis já em funcionamento
assim como constatar a parte prática da mesma...
Assim que puder – isso é que está difícil – mostrarei todo o
processo construtivo assim como os números deste tipo de negócio, onde estou
tentando verificar se a sustentabilidade é economicamente sustentável... rss...
Sejam felizes...