Eu sei que estou devendo...
Estou atrasado mesmo, mas
agora que a coisa começou a sair do virtual ficou um pouco diferente...
Muitos projetos, muitas
coisas para resolver, mas uma coisa é certa, o processo já está em andamento...
Na próxima postagem já
teremos muita novidade com certeza...
Me perdoem...
Assim que tiver mais um
tempinho responderei a todas(os) vocês...
Beijos carinhosos...
................................................
................................................
Minhas queridas (os) leitoras(es):
Desejo a todos os novos seguidores as boas vindas à nossa Cidade Verde... Sintam-se à vontade para comentar, pois vossas ideias e opiniões sempre serão respeitadas e bem vindas...
Engenheiro
– Eu tinha dado algumas dicas, mas estava faltando coragem para admitir...
rss... Grd Abs...
Oi
Vovó de Niterói – Eu sei que meio absurdo alguém sozinho se propor a uma tarefa
deste tamanho, mas não custa tentar... Beijos carinhosos...
Flora
– Valeu Flora, muito obrigado mesmo atrasados também valem... Grande abraço...
Fernanda
– Vai ser uma fase bem diferente, mas espero conseguir formas de vos passar o
desenrolar desta novela faraônica de forma a não causar muito tédio... Bjs...
Descobridor
– Bem vindo descobridor ao nosso blog... Sinta-se à vontade que só tem gente
boa... Abs
Branca
nova experiente – Todas as experientes adoram a parte do condomínio... Seja bem
vinda Branca ao nosso blog...
Marta
de Recife – Essa parte (Há salvação?), é meio pesada, mas depois fica um pouco
melhor... rss... Seja bem vinda Marta de Recife...
Henrique
e Ana – Valeu Henrique e Ana, muito obrigado... Vamos ver como fica esta nova
fase...
Prof.
Maria Rosa – Sempre é tempo... Muito obrigado Prof. Maria Rosa... Beijos
carinhosos...
Cássia
– “portuguesinho sonhador” é pouco... Só louco faria tal afirmação, mas de
médico e de louco todos nós temos um pouco... Diz o velho ditado... A Cássia
tem toda a razão em duvidar de tal afirmação, eu mesmo duvido, mas não me
impede de tentar... Quando chegamos à idade de “jovens dinossauros”, rss,
verificamos que realmente as coisas das quais mais nos arrependemos na vida,
foram aquelas que não fizemos, ou pelo menos tentamos... Mas já tenho grandes
novidades... Os primeiros passos mesmo que sejam de formiguinha, já foram
dados... Se eu conseguir chegar a fazer uma casa auto-sustentada, já vai ser
fantástico, se conseguir um prédiozinho, será fabuloso, um edifício –
inacreditável, um condomínio – beirará o impossível, um bairro – serei
considerado um mago e se chegar à cidade será considerado um milagre e com
certeza serei canonizado... rss... (brincadeirinha)... E se eu não conseguir
nada, pelo menos serei lembrado como corajoso meio louco é clero... Então o que
tenho a perder?... Nada... e a ganhar (não monetariamente é claro) – Tudo...
Será que não devo tentar então?... Muitos beijos carinhosos Cássia...
Minha
querida sobrinha virtual – O fato de eu trafegar por estas matérias, não quer
dizer que não seja uma tarefa homérica, quase babilônica que beira o insano...
rss... Relativo ao poderoso eu sempre fui – sempre acreditei em mim – esse é o
poder máximo que qualquer pessoa pode almejar... Beijos e abraços para toda a
família... Ah... e parabéns pela casinha nova...
Marilia
RJ – Muito obrigado Marilia RJ... Vamos ver como nos vamos sair, agora não é
virtual é para valer... rss... Beijos carinhosos...
Neusa
– Pois é faz tempo que não nos visitava... rss... Obrigado Neusa, Beijos
carinhosos...
Fabíola
– Valeu Fabíola, “brigadooooooooooooo” bjssssssssss
Leitor@extra
– Valeu Leitor@extra, muito obrigado pelo incentivo...
Minha
querida amiga Laura – É verdade as nossas páginas já fora folheadas mais de 100
mil vezes e 72 países já nos andaram espreitando - até já fomos alvos de
hackers – estamos quase ficando importantes... Cuidado com essas gripes e
resfriados, especialmente causados pelo descuido no agasalho quando vai
procurar a sua querida gatinha... Tome cuidado porque todos nós gostamos muito
de si... É verdade a Bia está cobrando a sua maninha, e é melhor ela responder,
porque essa minha sobrinha virtual não é fácil... rss... Muitos beijos cheios
de carinho...
A
M C Leblon RJ – Muito obrigado A M C pelo carinho... Realmente suspense é o que
não falta... Até para mim... rss... Grande abraço para si também...
Mãe
e professora – Ouvi dizer que está difícil mesmo... Abs...
Clementina
– A Clementina sonhou comigo?... Espero que tenha sido um sonho bonito e não um
pesadelo... Sim porque se sonhou comigo no nosso condomínio com certeza foi um
lindo sonho, mas se foi eu esbravejando contra os combustíveis fosseis e
profetizando o fim da nossa civilização por disputas energéticas, com certeza
foi um pesadelo e tanto... rss... Muitos beijinhos carinhos Clementina... E
continue sonhando que não tem coisa melhor...
Flavinha
– Eu sei Flavinha, estou deixando furo direto, mas agora que a coisa saiu do
virtual para o real complicou um pouco o meu lado... rss... Mas podem ficar
descansadas que nunca esquecerei de todas(os) vocês... E podem (e devem) puxar
minha orelha... rss... Bjsssssssssssssssssssssssssssss
Bia
– “E onde está a dona Penha?” – Está virando suspense de Agatha Christie... rss... Só que sem
assassinato... rss...
Professora
aposentada e avó – Muito obrigado pelo sue incentivo e bem vinda à nossa Cidade
Verde...
Dora
– Que bom Dora que está aproveitando o nosso blog para se atualizar... Obrigado
pelo incentivo...
Maria
Constança – è verdade entrou vírus mesmo... Estamos quase ficando
importantes... rss... Grande abraço minha querida...
Bia
– E o mistério continua... Será que a D. Penha foi raptada pelo vírus da cidade
verde... rss... Beijosssssssssssssssssss
mãe
da Bia – A senhora tem toda a razão, fazer uma cidade sózinho é totalmente
impossível ou pelo menos beira a loucura, mas (eu e os meus “mas”), e tal como
a senhora diz e muito bem, se for dando pequenos passos pode ser que haja
alguma (mesmo que muito remota) possibilidade de chegar a algum lugar (nem que
seja na esquina mais próxima)... rss... Na próxima postagem eu direi como estou
arquitetando esta loucura... Grande abraço para si também e para a sua linda e
carinhosa família...
Bia
– E não é só ela... Fica difícil entender este bicho (o computador) na sua
plenitude... rss... Bjssssssssssssssssssss
......................................
É
aqui que surge algo que só o nosso blog tem... E é assim que eu vejo o
episódio, poeticamente falando:
D.
Penha versus Bia...
Calma
Experiente versus juventude nervosinha e estressada... rss
E
na nossa novela de comentários, eis que emerge novamente de seu reduto a já
famosa D. Penha em grande dívida com este blog e que está sendo insistentemente
cobrada pela nossa Bia que poderá ser quase considerada “fiscaleza” verde de
plantão... rss...
Logo
depois e no virar da esquina aparece-nos a D. Clementina, dando força à D.
Penha, e lembrando-lhe que será melhor pagar a dívida senão a fiscal de plantão
a cobrará ad eternum... (puxa até latim já entrou neste blog... rss...)
Logo
seguida da jovem Sara – que adora esta fofoca toda (brincadeirinha) – que
estava brigando com os porteiros da nossa cidade verde que não a deixavam
entrar, instiga a nossa experiente nesta luta quase titânica de juventude
versus experientes... rss...
Aí
ela vê que tinha postado em “018 – C.V. – Estabilidade e tranqüilidade –
emprego – e meio que descabelada (liberdade poética... rss...) volta à postagem
32 e após confessar sua insanidade momentânea expressa novamente seu apoio
incondicional a D. Penha...
Flavinha
que acompanhava de longe o episódio profetiza: vamos pegar o sabonete que a D.
Penha vai dar banho na gente... rss...
Uma
anônima antiga aparece meio que caída de pára-quedas e vê que a “chapa está
quente”... rss... E mesmo que meio estarrecida e paralisada fica de olhos esbugalhados
presenciando o desfecho de tal homérico evento...
Aí,
e cheia de moral pelo massivo apoio político manifestado pelo povo da nossa
cidade verde, a D. Penha chega e não só dá banho, como quase afoga a juventude
presente em seu discurso forte e contundente cheio de emoção, qual hino à
felicidade e liberdade infelizmente interrompida pelo chamamento ao sagrado
repasto...
Aí
se ouve a voz de Flavinha ecoando por debaixo de uma montanha de sabão – D. Penha
arrasou...
Do
outro lado e ainda com os cabelos encharcados e golfando alguma água ainda
alojada em seus pulmões, eis que surge Bia, meio sem graça e de olhos cabisbaixos,
expressa pubicamente a sua derrota e o banho levado... Mas como boa menina que
é, se rende à experiente de D. Penha e acabam fazendo as pazes... No entanto Bia
deixa escapar que parte da culpa é com certeza do tal “mestre” figura nunca
vista que faz parte do folclore local...
E
só nessa altura emerge na superfície a Geninha, ainda meio tonta com tamanho
banho e também culpa o “mestre” e suas mudanças... rss...
Aí
Flavinha reage, chama a atenção da Bia, aproveita e dá a maior força na culpa do
místico “mestre”...
É
quando aparece a galera da USP e dão uma chupeta para a Bia que não parava de
chorar... E também se viram contra o tal “mestre”...
E
já no final de tal épico evento, vem a Sofia que cheia de pena de sua amiga
Bia a acalenta e reconhece a vitória da experiente D. Penha enquanto que
Genilda reconhece a alma poética e sonhadora de sua amiga Penha e
Tainá declara que adorou toda a fofoca...
Rss...
E
assim termina a grande batalha da Cidade Verde que ainda ressoa em cânticos e
cantigas onde felizmente ninguém pereceu, mas alguns quase se afogaram...
E
amparados uns pelos outros e lambendo suas feridas os jovens se afastam com mais
uma lição aprendida a duras penas... rss...
Mas
uma coisa é certa – a culpa com certeza que é do “mestre”... Seja lá ele quem
for... Ser vivo ou alma errante, espírito presente ou ser de outra dimensão...
......................................
Marília
– É mesmo Marília?... Fico muito contente por isso... Ainda bem que o nosso blog
conseguiu ensinar-lhe alguma coisa... bjsssssssssssssssss
Oiiiii
nova seguidora do Belém seja bem vinda e obrigado pelo seu comentário...
Professora
Célia – Fiquei muito contente do nosso blog a ter ajudado a entusiasmar seus
alunos, e muito mais de ver que a ovacionaram de pé... Com certeza que a forma
como o transmitiu influenciou muito e esse mérito é todo seu e o bom do
conhecimento é que depois de adquirido ele passa a ser da pessoa que o possui sendo independente da fonte... Muito obrigado por compartilhar conosco essa
coisa tão gostosa... Abs...
Anônima
da filha cheia de vontades – Muito obrigado pelo seu sofrido depoimento e
espero que consiga resolver seu difícil problema... Abs
Cassildinha
– O mundo está muito rápido sim, e é quase impossível de o acompanhar... Eu
prometo que vou voltar ao tema da economia, pois ele é por demais importante e
seria bom a juventude que nos acompanha começar a ter noção do que é o mundo...
Muitos beijos carinhosos Cassildinha...
Elisa
Moura – Muito obrigado pelos incentivos Elisa Moura... Mas (lá vem o “mas” do
costume...rss...) você tem toda a razão, eu estou com dificuldade de postar e
peço imensas desculpas... O virtual e digial é bem mais fácil que o analógico e
real... rss... Abraço carinhoso...
Roberta
MS – Valeuuuuuuuuuu... Será que vamos conseguir?... Bem pelo menos já tenho
algumas boas notícias para vos passar na próxima postagem... O suspense
continua... rss... bjssssssssssssssssssssssssssss
Mãe
da Bia – Nós é que agradecemos o fato de ter educado tão bem a sua filha que a
transformou nessa doce criaturinha que todos nós adoramos... Grande abraço e
beijos carinhosos para toda a família...
Clementina
– É verdade a Ellenzinha veio passar o dia conosco... Foi uma farra só...
Suponho que nunca mais esquecerá esse dia... É muito bom quando conseguimos
implantar boas memórias nas crianças...
Estudante
de direito – Valeu... Abs
Bárbara
Gomes – Tudo bem, sempre que vir que o final de semana for chuvoso eu vou
postar... rss... Me desculpa Bárbara eu demorei demais sim... Vou tentar me
policiar e organizar também é claro...rss... Grande abraço para si também...
Sua
fã da Bahia – Vejam só, basta uma me puxar a orelha que logo fazem fila...
rss... Vocês têm toda a razão... Foi mal... Bjssssssssssssssssssssssssss
Flavinha
– Até você Flavinha... rss... bjssssssssssssssssssssssssssssssssss
Mariana
de S G (o condomínio) – Oi vizinha... Minha esposa comentou do vosso papo no
sacolão... Que bom que gostou, seja bem vinda à nossa Cidade Verde... Grande
abraço...
Mariana
de SG (energia acabar 2059) – Maior parte de nós não faz idéia da real situação
e o pior é que os meios de comunicação que têm por obrigação de nos alertar não
o fazem direito... Abs
....................................................
Começando por uma casinha...
Mas afinal qual o real
problema da construção civil?
Ela é tão variada, são
tantas as áreas por onde ela trafega: alicerce, alvenaria, esquadrias,
instalações elétrica e hidráulica, laje, telhado...
Por
onde começar nessa amálgama?
Afinal
porque demora tanto a construção de uma casa?...
Vamos
analisar uma casa simples...
Aquela
casinha que todos gostaríamos de poder ter quando casamos...
Dois
quartos, um banheirinho, uma salinha e uma cozinha...
É
só isso que qualquer casal, quando não deslumbrado, almeja quando se casa...
É
claro que se ela for muito bem acabadinha, com umas cores claras e umas
jardineiras externas, aí já vira aquela casinha dos sonhos pelo qual todas as
jovens se encantam...
Eu
sempre digo aos meus clientes construtores:
Casa
quem compra é a mulher...
E
depois completo:
E quem paga é o homem...
Isto
simplesmente porque para maior parte dos homens a casa se resume ao lugar da
tevê com um bom sofá e a localização da geladeira (frigorífico em Portugal) principalmente
nos dias de futebol para tomarem aquela cervejinha bem gelada...
Já
para a mulher, a casa é o seu habitat...
É onde ela se encontra...
Seu
território dominante...
Por
isso que quando ocorre a separação, na grande maioria dos casos, a mulher fica
com a casa e o homem se vira num quarto emprestado de seu melhor amigo, rss...
É
claro que o fato da mulher também ficar com a guarda das crianças, quando as têm,
também interfere muito nessa decisão...
Voltando...
Agora
que já sabemos qual o tipo de casa que vamos analisar, poderemos então
verificar onde ocorrem as maiores perdas de tempo, de energia e de materiais...
Acabei
transformando essa análise em uma pequena crônica bem humorada bem no estilo do
nosso blog, já que ninguém agüenta falar de concreto... rss...
........................................
Vamos
construir a nossa casa...
Após
a compra do terreno e de longas discussões com o arquiteto, o projeto
finalmente é aprovado pela prefeitura e está na altura de se iniciar a obra...
Euforia
total...
O
pedreiro mais famoso do bairro, logo é contratado...
Primeira
fase: Alicerce
Uma
casa sempre se inicia por aí...
Todos
nós sabemos que sem um bom alicerce, toda a casa rui...
O pedreiro anuncia que vai começar a fazer as sapatas...
O
lindo terreno logo vira um campo de batalha, onde parece que trincheiras estão
sendo escavadas...
Buracos
e montes de terra por todos os lados que logo viram um lamaçal nas primeiras
chuvas...
Depois
de encher aqueles buracos com montanhas de concreto e ferro, começam a surgir
valas para as vigas de onde nascerão as paredes...
É uma fase que demanda grande esforço físico e
que demora um pouco, em duas semanas está terminada e aterrada de volta, ou
seja, todo aquele esforço e aquela montanha de materiais, simplesmente nunca
mais se irão ver, e parece que nada foi feito...
Apesar
de ter havido alguns desaparecimentos de material e dias terem sido perdidos
por falta do pessoal – em especial nas segundas-feiras quando o flamengo
vencia, mas nesta altura os ânimos ainda estão bons e se aceita com certa
tranqüilidade tais desventuras...
Entramos na segunda fase: Alvenaria...
Um
pequeno cheque e um caminhão carregado de tijolos logo chega na obra...
Uns
metros de aréola e alguns sacos de cimento e temos todo o material necessário
para esta fase...
Dois
a quatro dias depois, já podemos ver a nossa casa de pé...
O
sonho começa a tornar-se realidade...
Não
dá para entender porque todo o mundo fala que obra é um horror, blá, blá, blá,
e com meia dúzia de tostões gastos e ela já nasceu...
E
está uma beleza...
A
minha obra vai com certeza ser muito diferente dessas obras que as outras pessoas
fazem...
É
certo que uma ou outra parede não parecem estar muito direitas...
Descobri
depois que advinham de uma comemoração de vitória do campeonato regada a muita
cana e a frase mágica de qualquer obra surge – não se preocupe sai na massa...
O
pedreiro até já me disse para encomendar a laje...
Que
amanhã já vai começar a fazer as cintas (vigas)...
Acho
que vou mudar de profissão... Afinal é muito fácil e rápido...
O
pedreiro diz-me que é necessária mais tábua, pregos, arame queimado, etc...
Mais
tábua?... Que aconteceu aquele montão que comprei há três semanas e me custou
uma nota preta?... – indago eu...
Ele
aponta para um monte de sarrafos, e diz que o resto ficou debaixo da terra...
Lembro-lhe
que a tábua de obra está muito cara e peço para ter o máximo de cuidado...
Uma
semana depois a cinta está pronta e a laje chega na obra...
É
verdade que custou caro, mas com certeza vai ficar uma “belezura”...
Mas
mais más notícias chegam...
É
necessário mais madeira...
- Mais
madeira? Pergunto eu apontando para um monte de tábuas ainda em relativo bom
estado...
- Não
é tabua, esclarece o pedreiro são estacas para segurar a laje...
Ah...
Agora até levei um susto...
Mas
vamos necessitar também de mais ferro, areia, cimento, pedra e de contratar uma
pequena equipe para ajudar a encher a laje...
Os
números são de assustar...
Tanta
coisa só para essa pequena laje?...
-
E essa equipe não está cara demais?... Indago eu estupefato...
São
pessoas contratadas só para essa tarefa que é bem árdua e ainda vai ser
necessário contratar um bom mocotó regado a muita cerveja e uma caninha para
comemorar o evento... Esclarece o pedreiro...
Mas
que evento... Isso vai-me custar uma pequena fortuna e estou-me a afastar do
meu orçamento, mas tudo bem...
-
Trate então disso, cedo no final sem conseguir ver qualquer outra alternativa...
Saio
coçando a cabeça, pois aquela montanha de dinheiro que eu achava que tinha,
virou um pequeno morro e em vias de extinção...
Três
dias depois, no sábado, a laje foi finalmente cheia...
Um marco significativo
na obra foi concluído...
Estou
quase duro, mas todo orgulhoso, mas também agora só falta um pouco...
O
pedreiro se despede e chegou a altura do bombeiro e do eletricista entrarem em
ação...
Chegamos
à altura das instalações – elétrica e hidráulica – A terceira fase...
Após
contratar os profissionais quando volto no final do dia, fico apavorado...
Eles
estão destruindo tudo o que foi feito...
Rebentando
tudo e até vejo alguns buracos nas paredes.
As
vigas e a laje também não foram poupadas...
Uma
poeirada só...
O
entulho se acumula por todos os cantos da obra e me pedem um ajudante para retirar
todo aquele lixo...
É
aqui que a obra começa a perder o seu encanto...
Todos
os dias os ditos profissionais, aparecem com uma nova lista de materiais e a
obra pára constantemente pela falta daquele joelho, junção, a cola que não deu,
etc., etc., etc....
É
um corre-corre à loja da esquina, que por acaso só vende as coisas quase ao
dobro do preço... Qualquer um fica estarrecido...
O
orçamento estoura, e agora a obra está mais parecendo cenário de guerra...
Furos
e remendos por todos os lados, só falta o sangue das vítimas...
Muito
embora eu considere que tenha sangrado quase até à morte quando o dono da loja
da esquina me enfiou a faca toda, naquela conta que arrepiou até o cabelo
inexistente da minha careca reluzente...
É
nesta altura que você se relembra da sua esposa dizendo:
E
você arrogantemente respondeu:
-
Querida, eu estive fazendo uns cálculos e com metade daquele dinheiro podemos
fazer a casa dos nossos sonhos e ficar sem aquela prestação toda durante os
próximos 30 anos...
Imagine
só o que a sua mulher, e a sogra é claro, vão dizer se virem a obra neste
estado de calamidade pública...
E
como elas vão reagir ao saberem que o dinheiro acabou de acabar?...
Até
as casas da favela da Mangueira estavam em melhor estado mesmo depois de todos aqueles
tiroteios...
Bom,
foram-se os anéis, mas ficaram os dedos...
É
verdade, e eles vão ser muito necessários para preencher umas promissórias lá
no banco...
E
duas a três semanas se passaram...
Bem,
depois de ter ouvido algumas frases bem desconfortáveis de minha esposa, o
dinheiro voltou à conta e está na hora de continuar a empreitada...
Entramos
na 4ª fase da obra: Telhado e emboço...
O
preço da madeira está pela hora da morte, parece que estão vendendo das ultimas
árvores da floresta amazônica para justificar tamanho descalabro...
Quando
cotei o telhado me preocupei com as telhas, mas parece que a madeira também
conta muito...
E
ainda por cima tem que ser imunizada e ter vinda de fontes sustentáveis...
Eu
nunca tinha ouvido falar dessas coisas...
Madeira
é madeira, corta a árvore, faz tábua e pronto...
Porque tanta frescura?
Deve
ser só para poderem pedir essa fortuna...
E
tudo isso vai ficar escondido por de baixo do telhado, acho que vou pedir para
vir com etiqueta para deixar do lado de fora para todo o mundo ver que a minha
madeira é nobre e tem pedigree...
Uma
semana se passou, a estrutura está pronta e cerca de 30% daquela rica madeira
jaze em pequenos sarrafos espalhados por toda a obra...
Será
que o profissional não sabe o quanto cara e nobre é aquela madeira?...
Chegam
as telhas e logo uma quizília se levanta... O profissional diz que não vão
chegar...
Eu
afirmo que os cálculos estão bem feitos, eu multipliquei a área do telhado pelo
rendimento por metro quadrado e ainda arredondei para cima...
Mas
ele afirma que não foi considerada a inclinação e das perdas resultantes dos
cortes...
Me
pede mais 20%, mas só compro 10... Achando que ainda irá sobrar muito...
Passados
5 dias de uma poeirada infernal e do lixo ter atingido o seu ápice, não dava
mais nas 5 caçambas que havia contratado para a obra, vejo que ainda vai faltar
bastante telha e pelo vistos os 20% pedidos ainda eram conservadores, e mais
15% tiveram que ser pedidos, que saíram bem mais caros devido ao transporte
extra e à urgência solicitada...
Mas
o telhado ficou lindo... Um primor...
Os
homens do emboço chegaram e estão cheios de vontade de iniciar a obra...
Pedem
um caminhão de aréola e um montão de sacos de cimento...
Eu
afirmo que pelos meus cálculos vai sobrar muito material, e aí eles perguntam
se eu contei com das perdas da aréola resultantes do peneirar e das perdas
naturais do emboço...
Eu
não entendi muito bem essas tais “perdas naturais do emboço”, mas acedi muito
contrariado é claro, ao pedido dos materiais...
Meu
Deus a obra virou um inferno... Massa por todos os lados... E no final do dia
eles ainda despejam o que sobra num canto qualquer...
Chegaram
ao cúmulo de reivindicar um aumento da empreitada, ao me mostrarem a falta de
prumo e de esquadro que havia nas paredes...
Em
alguns casos, foi necessário colocar até pedaços de tijolo e deixar puxar para
o dia seguinte, isto quando não jogavam cimento puro na massa para ele puxar
mais rápido... Só de ver eu passava mal...
Agora
eu entendia o verdadeiro significado da frase – sai na massa...
O único problema é que era uma “massa” de dinheiro que ficavam naquelas
paredes...
Vivendo
e aprendendo...
Aquela comemoração regada a cana, estava-me ficando muito cara
e ainda por cima o jogo tinha sido contra o meu Vasquinho que foi trucidado e
mais uma vez tinha ficado com o pouco honroso título de vice...
Eu
confesso que também tinha tomado umas cervejinhas, mas foi para esquecer...
Quatro
semanas se passaram nesse inferno quase dantesco, e depois de ser obrigado a
pedir mais 30% de material – agora eu já sabia o que eram as tais perdas do
emboço – a empreitada chega ao fim...
Maior
parte do dinheiro do empréstimo já tinha ido embora, mas pelo menos aquele
aspecto “favelar” tinha desaparecido e algo parecido com uma casa começava a
emergir...
Agora
faltava muito pouco, só os acabamentos...
Avisam-me
para fechar a obra, colocar as portas e janelas, para evitar invasões...
Nunca
tinha pensado nisso, mas vi lógica na afirmação...
Mais
um pequeno emprestimozinho e compro o material... Aduelas, alisares, portas e
janelas...
Essa
doeu...
Chamo
o profissional, e depois de alguma discussão conseguimos chegar num patamar de
entendimento... O problema é que tal patamar ficou bem no final da minha parca
escada financeira...
Muito
mais alto que eu havia imaginado...
Eu
não sabia que esses profissionais ganhavam tão bem...
Pelos vistos bem mais do que
eu...
No dia seguinte, me aparece com uma lista de material necessário e me
informa que todas as aduelas têm que ser trocadas, pois as paredes estão com espessuras
diferentes...
Essa
eu não esperava, e entre transporte e aduelas personalizadas, lá se foi
novamente o meu orçamento para as “cucuias”...
Ainda
por cima tive a infeliz idéia de levar a minha mulher para me ajudar a escolher
as ferragens para a casa, a sogra veio junto é claro para opinar também, e nem
discussão pôde haver...
Mesmo
depois de terem escolhido maçanetas três vezes mais caras que o meu orçamento
permitia, eu ria só pensando na cara do meu gerente de conta quando na segunda-feira
lhe fizesse mais uma visitinha...
A
primeira prestação venceu e eu tive de começar a ir de ônibus para o
trabalho... Ou era isso ou a cervejinha...
Mas
tudo bem, quando as portas e as janelas foram colocadas já podíamos chamar de
casa, em vez de obra...
É
claro que o vidraceiro também teve que ser chamado, mas embora não o tivesse
considerado no meu orçamento, o rombo não foi muito grande...
Tinha
chegado à altura de colocar o piso e azulejo, mas desta vez eu já sabia o que
fazer...
Em vez de levar a minha mulher até à loja, onde os preços podem atingir
facilmente os píncaros do Himalaia lá no Tibete e nem o Dalai Lama me salvaria,
eu peguei em algumas amostras bonitinhas mais ou menos dentro do meu orçamento
e levei para casa para mostrar à minha mulher...
Fiz
pressão para ela escolher naquela noite com receio dela querer ir à loja e no
dia seguinte fechei em 24 vezes com um pequeno jurinho exorbitante, mas numa
prestação que dava para encarar desde que deixasse de almoçar fora nos finais
de semana...
A
massa de assentar, que eu nem sabia que existia, também me deu um bom rombo no
orçamento, mas nesta altura do campeonato, eu já estava muito além de
Marraquexe e anestesiado contra essas pequenas nuances...
Dia
e noite e noite e dia eu só pensava no final da obra... Já tinha virado uma
obsessão... Até estava emagrecendo...
Estava
custando a adormecer e acordava sobressaltado suando frio no meio da noite
quando no meu pesadelo mais uma infinita lista de material me era apresentada...
Fortes
olheiras se faziam presente...
No
trabalho todo o mundo pensava que o meu casamento não ia muito bem e eu não
tinha a coragem de contar a verdade depois de me ter fanfarronado tanto com a calmaria
da minha obra...
Estava
na altura de contratar o ladrilheiro...
Eu
nem coragem tive de encará-lo nos olhos e senti um pontada no coração quando
ele finalmente revelou o seu número fatídico...
Argumentou
que a obra não estava no esquadro e que ainda ia ter que refazer alguns emboços
em paredes que não estavam no prumo...
Meu
Deus... Essa obra não fica no prumo nunca?...
Chego
a sonhar com o alicerce cedendo todos os dias tornando isso possível...
Só
assim se pode explicar aquela constante falta de prumo que todo o mundo reclamava...
Eu
em vez de perder toda a minha juventude estudando, queimando pestana, devia ter
aprendido a colocar piso...
Aquele
valor era um ultraje...
Mas
eu sabia que de nada adiantava espernear e acabei fechando sem sequer
reclamar...
Não
disse nada em casa e tive mais uma conversa pouco amistosa com o meu gerente de
conta...
Tornei-me
abstêmio... Cervejinha, nunca mais pelos próximos 5 anos...
E
talvez fosse melhor vender o carro, pois também não ia haver mais dinheiro para
gasolina...
As
senhoras adoraram quando viram todo aquele brilho e a casa quase limpa...
Agora
era só uma mão de tinta e podíamos mudar...
O
fim estava finalmente à vista...
Até
comecei a dormir um pouco melhor...
Chamei
o pintor e pedi-lhe o orçamento...
Uáu...
Ele deve achar-se um Michelangelo...
Eu
chego a dizer-lhe que são simples paredes e que estão bem no prumo...
Aí
ele começa a falar de primário, massa corrida, lixar parede, envernizar rodapé,
portas e janelas... E não parava de falar até que eu o interrompi concordando
com aquela blasfêmia...
Munido
da imensa lista de materiais que ele me havia passado, passei numa loja de materiais
de pintura... Uma lata de tinta estava custando quase tanto quanto o caminhão
de tijolos do inicio da obra...
Vi
que teria que fazer mais uma visita ao meu gerente do banco...
Assim
que entrei e já me olhou de lado, sinalizando que nada mais podia fazer...
Mas
eu não lhe dei confiança e fui direto ao gerente da agencia que depois de muita
conversa, lá me concedeu esse ultimo sopro para pagar ao pintor...
É
claro que não lhe falei das outras prestações que ainda não tinham começado a vencer
senão ele nunca teria cedido...
Finalmente
a casa está pronta... Quase um ano se passou... O pior ano da minha vida... O
sonho tinha virado um grande pesadelo...
Mas até que ficou bonitinha... Mas outro problema logo desponta:
Minha
mulher bate o pé dizendo que não podemos levar os nossos cacarecos para a casa
nova...
Alega
que é como se colocássemos um vestido sujo e cheio de pó depois de termos
tomado aquele banho...
-
Que dirão os vizinhos se virem o nosso sofá todo arranhado pela gata?... Nem
pensar...
-
Se vira... Ninguém mandou fazer casa nova...
O
meu coração quase não agüenta...
Vendo
o carro e faço mais umas prestações na loja de móveis...
Foi-se
o carro, mas ficaram-se as pernas...
Bem,
o final da estória foi o seguinte:
Acabei
hipotecando a casa para pagar todas as dívidas e transformá-las num crédito
habitacional pagável dentro do nosso orçamento e em trinta longos anos...
............................................
Eu
sei que muitos dos jovens se estão rindo enquanto que os mais experientes estão
recordando a sua própria experiência traumatizante... rss...
E
o pior, é que mesmo para os construtores as coisas não são muitos diferentes...
O caos é uma constante...
Então,
como resolver tamanha anarquia?...
Haverá
realmente alguma possível solução para o caos?...